Uma das grandes preocupações de nosso pai, quando
éramos pequenos, consistia em fazer-nos compreender
o quanto a cortesia é importante na vida.
Por várias vezes percebi
o quanto lhe desagradava o hábito que
têm certas pessoas de interromper a conversa quando
alguém estava falando. Eu, especialmente, incidia
muitas vezes nesse erro.
Embora visivelmente aborrecido, ele, entretanto,
nunca ralhou comigo por causa
disso,
o que me surpreendia bastante.
Certa manhã, bem cedo,
ele me convidou para ir ao bosque
a fim de ouvir o cantar dos pássaros.
Certa manhã, bem cedo,
ele me convidou para ir ao bosque
a fim de ouvir o cantar dos pássaros.
Acedi com grande alegria e lá fomos nós,
umedecendo nossos calçados com o orvalho da relva.
Ele se deteve em uma clareira e, depois de um pequeno
silêncio, me perguntou:
-- Você está ouvindo alguma coisa
além do canto dos pássaros?
Apurei o ouvido alguns segundos e respondi:
-- Estou ouvindo o barulho de urna carroça que deve
estar descendo pela estrada.
-- Isso mesmo... disse ele. É uma carroça vazia...
De onde estávamos não era possível ver a estrada
e eu perguntei admirado:
-- Como pode o senhor saber que está vazia?
-- Ora, é muito fácil saber que é uma carroça vazia.
Sabe por que?
-- Não! respondi intrigado.
Meu pai pôs-me a mão no ombro e olhou bem no fundo
dos meus olhos, explicando:
-- Por causa do barulho que faz.
Quanto mais vazia a carroça, maior é o barulho que faz.
Não disse mais nada,
porém deu-me muito em que pensar.
Tornei-me adulto e, ainda hoje,
Ele se deteve em uma clareira e, depois de um pequeno
silêncio, me perguntou:
-- Você está ouvindo alguma coisa
além do canto dos pássaros?
Apurei o ouvido alguns segundos e respondi:
-- Estou ouvindo o barulho de urna carroça que deve
estar descendo pela estrada.
-- Isso mesmo... disse ele. É uma carroça vazia...
De onde estávamos não era possível ver a estrada
e eu perguntei admirado:
-- Como pode o senhor saber que está vazia?
-- Ora, é muito fácil saber que é uma carroça vazia.
Sabe por que?
-- Não! respondi intrigado.
Meu pai pôs-me a mão no ombro e olhou bem no fundo
dos meus olhos, explicando:
-- Por causa do barulho que faz.
Quanto mais vazia a carroça, maior é o barulho que faz.
Não disse mais nada,
porém deu-me muito em que pensar.
Tornei-me adulto e, ainda hoje,
quando vejo uma pessoa tagarela e importuna,
interrompendo intempestivamente
a conversa de todo o mundo,
a conversa de todo o mundo,
ou quando eu mesmo,
por distração,
vejo-me prestes a fazer o mesmo,
imediatamente tenho a impressão
de estar ouvindo a voz de meu pai
de estar ouvindo a voz de meu pai
soando na clareira do bosque e me ensinando:
Quanto mais vazia a carroça, maior é o barulho que
faz.
AMIGA, O QUE TEM DE CARROÇA VAZIA POR AÍ...
ResponderExcluirBEIJO.
UM BOM DOMINGO PRA VOCÊ