Venho Senhor, ao seu jardim, para reaprender a plantar.
Um dia me ensinaste que todas as boas sementes germinam, e me deste a terra do meu coração para um bom plantio; recomendando atenção para o livre arbítrio.
Mas... não tive generosidade suficiente para com meu semelhante e hoje, quando necessito da generosidade de outrem, dificilmente eu a encontro.
- Não tenho colhido a flor da generosidade, porque não a plantei.
Não dei à natureza, todo respeito que ela, como obra sua, merecia ter recebido de mim.
Fui negligente, Senhor.
Agora, o ar que eu respiro não é tão puro, quanto deveria ser, para que minha saúde não fosse tão ameaçada.
- Não tenho colhido a flor da perfeita saúde, porque não a plantei.
Senhor, disseste-me, que a felicidade sempre estaria em minha vida, se eu me lembrasse de levar felicidade àqueles que chovam, e que não tinham um ombro onde debruçar.
- Não tenho a flor da felicidade plena, porque não a plantei.
Não levei a sério, quando me revelaste que o preconceito era uma erva daninha que, pouco a pouco, mataria o meu jardim.
Não olhei sem julgamento para os diferentes de mim, não observei todos os seres e tudo o mais que crias-te, sem sentir-me maior e melhor do que eles.
- Não tenho colhido a flor do Amor incondicional, porque não a plantei.
Agora, venho ao teu jardim, buscando ter uma e talvez, a última chance de reencontrar as sementes que desejaste ver germinadas em meu coração.
Não sei se vês em minha visita, algum sinal de humildade.
Já, muito agi com orgulho.
Já, muito agi com orgulho.
- Não tenho colhido a flor da humildade, porque não a plantei.
Aceita senhor, esta minha vinda, e dá-me o perdão, o mesmo perdão que a tantos e tantos eu neguei.
Acolherei a tua decisão, senhor, seja ela qual for, e se não for aquela que espero, eu entenderei.
- Não tenho colhido a flor do perdão, porque não a plantei...
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