Seguidores

sábado, julho 21, 2012

Limites


Mônica Monastério




Somos as primeiras gerações de pais decididos a não repetir com os filhos os erros de nossos progenitores. E com o esforço de abolir os abusos do passado, somos os pais mais dedicados e compreensivos mas,  por outro lado, os mais bobos e inseguros que já houve na história.

O grave é que estamos lidando com crianças mais "espertas", ousadas, agressivas e poderosas do que nunca.

Parece que, em nossa tentativa de sermos os pais que queríamos ter, passamos de um extremo ao outro. Assim, somos a última geração de filhos que  obedeceram a seus pais e a primeira geração de pais que obedecem a seus filhos...


Os últimos que tivemos medo dos pais e os primeiros que tememos os filhos. Os últimos que cresceram sob o mando dos pais e os primeiros que vivem sob o jugo dos filhos. E o que é pior, os últimos que respeitamos nossos pais e os primeiros que aceitamos (às vezes sem escolha...) que nossos filhos nos faltem com o respeito.

Na medida em que o permissível substituiu o autoritarismo, os termos das relações familiares mudaram de forma radical, para o bem e para o mal. Com efeito, antes se consideravam bons pais aqueles cujos filhos se comportavam bem, obedeciam a suas ordens e os tratavam com o devido respeito. E bons filhos, as crianças que eram formais e veneravam seus pais.

Mas, à medida que as fronteiras hierárquicas entre nós e nossos filhos foram se desvanecendo, hoje, os bons pais são aqueles que conseguem que seus filhos os amem, ainda que pouco os respeitem. E são os filhos quem, agora, esperam respeito de seus pais, pretendendo de tal maneira que respeitem as suas idéias, seus gostos, suas preferências e sua forma de agir e viver. E, além disso, os patrocinem no que necessitarem para tal fim.


Quer dizer; os papéis se inverteram, e agora são os pais quem tem que agradar a seus filhos para ganhá-los e não o inverso, como no passado. Isto explica o esforço que fazem hoje tantos pais e mães para serem os melhores amigos e "dar tudo" a seus filhos. Dizem que os extremos se atraem.

Se o autoritarismo do passado encheu os filhos de medo de seus pais, a debilidade do presente os preenche de medo e menosprezo ao nos ver tão  débeis e perdidos como eles.

Os filhos precisam perceber que, durante a infância, estamos à frente de suas vidas, como líderes capazes de sujeitá-los quando não os podemos conter, e de guiá-los enquanto não sabem para onde vão. 
Se o autoritarismo suplanta, o permissível sufoca.

Apenas uma atitude firme, respeitosa, lhes permitirá confiar em nossa idoneidade para governar suas vidas enquanto forem menores, porque vamos à frente liderando-os e não atrás, carregando-os, e rendidos à sua vontade.

É assim que evitaremos que as novas gerações se afoguem
 no descontrole e tédio no  qual está afundando 
uma sociedade que parece ir à deriva, sem parâmetros nem destino.

Os limites abrigam o indivíduo.
 Com amor ilimitado e profundo respeito.


9 comentários:

  1. Grande texto Walkyria!
    Maravilhoso para uma bela reflexão na relação dos pais com os filhos.
    Apesar dos meus já estarem crescidos e terem vida própria, sempre é bom refletirmos sobre o que acontece na sociedade moderna.
    Parabéns mesmo.
    Beijos no coração e um belo final de semana.
    Milton!

    ResponderExcluir
  2. Muito bom o texto abordado. É exatamente assim como eu vejo a relação pais e filhos. Realmente houve uma inversão de valores. Um abraço.

    ResponderExcluir
  3. É tão pequeno o mundo da verdade
    Cabe numa mão aberta à sinceridade
    É planta escondida em mato de daninhas ervas
    É elixir da vida em gaiola de saudade

    Tão simples brotam hoje minhas palavras
    Será porque me desnudei das metáforas
    Ou apenas respirei um canto feliz
    De um pássaro de penas orvalhadas

    Tão simples devia ser perguntar
    Porque chora um coração e os olhos não
    Porque uma gaivota voa por sobre o mar
    Porque é imenso o universo do sonhar
    Boa semana

    Doce beijo

    ResponderExcluir
  4. Parabéns pelo lindo blog! seja uma seguidora e parceira do blog semeador fiel http://semeadorfiel.blogspot.com.br

    ResponderExcluir
  5. Olá,Walkyria!!
    Excelente post!!
    Se não colocar limites qdo pequenos, como vai ser...
    Limites é sempre bem vindo e necessário.
    Bom final de semana.Bjs no core.
    Soninha.

    ResponderExcluir
  6. Olá Walkyria, muito bom esse seu post, mas eu ainda sou mãe a moda antiga, quando uma boa conversa não resolve!
    Apelo para as boas e velhas chineladas sem nenhum peso na consciência! Rsrs!
    Passei aqui para te convidar para nosso sorteio, se você aceitar participar me deixaria muito feliz!
    O link é esse:http://antonialucia2009.blogspot.com.br/2012/07/1-sorteio-entre-amigas.html
    Desde ja agradeço e te desejo boa sorte!
    Beijos.

    ResponderExcluir
  7. Olá amiga!
    Realmente, se não colocarmos limites desde pequenos vira um caus total.. excelente post.
    Aguardo vc em sonhos, é claro se tiver um tempinho.
    Beijos em seu coração.

    ResponderExcluir

Nada é pequeno e sem valor, quando é feito com Amor!
Fico muito, muito feliz quando você deixa um comentário.